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A Provícia é composta por 12 comunidades. Está presente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil- em 7 Estados: RN,PB,CE,TO,MA,BA E PI Com sede em Teresina - PI

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Nordeste - chão que amo profundamente

Construção de uma relação de amor e bem-querer com os povos do Nordeste do Brasil.

Nenhum caminho será inacessível para os utópicos. Encha sua mala de desejos infinitos, de sonhos compartilhados para que se transformem em realidade. Somando os sonhos, enfrente os desafios para chegar até lá; passarás por muitos caminhos. Topeçarás por muitas pedras, nem só de sol é feito o dia... Encontrarás abrupto nos caminhos, o terreno de certeza será árido. Atravessarás desertos... Entretanto, nos caminhos de pedras, boas surpresas te esperam, da aridez da terra nascem magníficos cactos... A brisa da aurora vem sempre acariciar seus duros espinhos, eles desabrocharão em ternura germinando beleza. Entre pedras, o belo também se reproduz... No horizonte surge sempre um arco-íris que virá compartilhar a beleza com os cactos em flor, e entre pedras continuarás a caminhar. Assim é a utopia... (Marilza de Melo Foucher).

Estes últimos meses, foram permeados de uma profunda saudade profética, expressa de tantas formas diferentes.

Nestes anos que tenho de VRConsagrada, eles me permitiram vivenciar infinitas coisas maravilhosas. A primeira delas foi o amor e a entrega aos seu projeto de amor, que tem um rosto bem definido: os empobrecidos e empobrecidas que me fizeram optar pelo chão nordestino, cheio de muitas e diferentes culturas, que foram me ensinando a viver.

Minha formação, que é constante, foi ganhando cor, beleza, sabedoria, ternura, responsabilidades, liberdade, amadurecimento… Nos primeiros anos que pisei nesta terra, tive a oportunidade de estar junto aos povos da terra, terra tão sonhada e desejada pelas famílias, que debaixo de lona resistiam. Fiz a experiência da gratuidade, da convivência, escuta, presença. Fui aprendendo a convier com a seca, falta de água (o que para mim sempre tinha sido muito abundante), contemplação do deserto, sertão seco, cinzento, uma paisagem completamente nova para mim. Aos poucos, fui aprendendo os sinais dos tempos, das chuvas, da fartura, dos tempos difíceis... Era o início do aprendizado.

Nordeste, tão discriminado, onde a imagem posta na moldura dos olhares é de miséria, fome, seca, pobreza, começo a perceber e trocar esta moldura: em meus olhos ganha novo significado o encantamento, a paixão vai se tornando em amor, uma aliança firmada, como opção de vida.

Fui entendendo, aprendendo, desconstruindo muita coisa em mim, aquilo que era absoluto, passou a ter outro tom, menos importância, conceitos-preconceitos adquiridos foram sendo desconstruídos.

Aos poucos, na inocência da juventude, fui entendendo e dando lugar a novos cenários, aprendizagens, e aqui posso afirmar: são muitas as pessoas que tem morada neste coração; são marcas que carrego até hoje, é parte de mim, tecido de outras gentes que é parte da gente.

Na itinerância que a vida nos possibilita, um baú de aprendizagem: o desafio na periferia das grandes cidades, a descoberta da academia e o assumir do primeiro emprego, como presentes que chegaram juntos. Conciliando estudo e trabalho, nunca foram empecilhos para a solidificação de minha vocação; pelo contrário, me fizeram amadurecer significativamente a cada novo dia.

Novos caminhos se abrem; a maturidade é tecida com preciosos fios, que sustentam meus princípios e opções até os dias de hoje.

A inserção na periferia da cidade, o trabalho com meninas em situação de abuso e exploração sexual, violência; a convivência com usuários de drogas, vítimas do sistema excludente de nossa sociedade, me trouxe mais uma vez a sensibilidade, uma inserção nas políticas públicas, como esperança de transformação da realidade.

Este tempo foi longo, uma década; quanta vida vivida, tempo de rebeldia sagrada, da paixão, intensidade do amor, do saber cuidar e ser cuidada, perceber e contemplar o amor de Deus que gratuitamente nos é dado, sem nada exigir em troca.

A vivência das relações de bem-querer, outras famílias se tornam a minha família, que em muitos momentos de dor, ausência, saudade, preenchem toda ausência; marcas que se eternizam e não deixam a gente, nem que a gente queira, é como tatuagem; por isso, a escolha de meu lema de consagração “Grava-me como selo em teu braço, pois o amor é forte como a morte, uma faísca de Javé” (Cântico dos Cânticos).

Minha vida, assim foi sendo tecida, permeada por infinitos fios, com coloridos e muitos tons que deram e dão leveza à vida.

A partida, de novo é um apelo, um parto, porém, uma nova vida é recriada, nascida, agora fertilizada pelo calor, sol das terras da Filha do Equador, Teresina querida, a única que não era desejo de morada, mas os planos de Deus, sempre ultrapassam nossos sonhos. Aos poucos, fui me desfazendo de todas as roupas quentes, que eram poucas, este desfazer das roupas teve um sentido simbólico, mas muito real: foi um tempo de ressignificar tudo, e essa palavra era minha oração diária, com a contemplação do semi-árido piauiense, em tempo de seca; com a primeira neblina, renascem os primeiros brotos, a vida ressurge, e com intensidade de explosão, recria a vida.

Minha casa-espaço de missão se amplia e volta ao chão dos pobres que lutam pela terra, muda o ritmo, novo aprendizado; o silêncio se faz necessário, a solidão é companheira, com os brotos que ressurgem, novas relações nascem, preenchem grandes vazios, vão se aproximando e ocupando espaços que se tornam únicos; outros rostos passam a ser parte de mim. Com eles, descobri que minha vida inteira foi olhar para frente, pois olhar para trás nunca fez parte de minha pedagogia, pois as lembranças que carrego, não são só lembranças, são parte daquilo que hoje sou, mesmo assim não nego que chorei muito, posso dizer, chorei um mar, o qual me banhava constantemente, mas foi este mar que me esculpiu e me fez ser o que hoje sou.

Agora, outro tempo, tempo gestado em mim, como semente que adormeceu ao longo dos 6 anos, no chão seco, e com as chuvas rompem da terra que a protegem. Surge outra vida; é tempo de partir novamente e agora, deixando o Nordeste, terra que me acolheu e me fez mulher madura.

Do chão firme, para a terra das águas, dos povos indígenas, culturas bem diferentes, acolhidas já em meu coração.

A beleza não está na partida, nem na chegada, mas na travessia.

Guimarães Rosa

A todos aqueles e aquelas que são parte de minha vida. Gratidão e meu terno abraço.

Um Natal feliz, recriado pelas relações de bem-querer e bem-viver.

2012 acolhido pela novidade de cada dia, vivido com intensidade.

Na ternura e bem-querer.

Rose Bertoldo Ir.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

JUBILEU DE 65 ANOS VR DE IR. REGINA GABBI

Se recordar é viver, então é bom recordar longos anos de vida e 65 anos de vida religiosa. Os anos passam. Os acontecimentos se somam uns aos outros. Muitos ficam na memória, outros se esquecem no passado. Impossível falar nesta celebração, dizer tudo o que a vida me presenteou. Já que tudo é graça de Deus. É com essa visão que celebro com todos vocês o jubileu de VR e no dia do primeiro aniversário de Beatificação da Fundadora. Só a Deus toda honra e louvor. Diz o profeta Jeremias: “Desde o seio materno eu te amei e te consagrei.”

Sem dúvida, foi para mim uma graça inexplicável a qual agradeço de coração a iniciativa das Irmãs da comunidade. Foi também momento muito forte de participação da comunidade e Celebrado pelo Pe. João Paulo Milhomem, o qual deu grande ênfase na Celebração Eucarística e no final deu a benção final à comunidade com a Relíquia da Bem Aventurada Bárbara Maix.

Por tudo isso, seja bendito meu Senhor hoje e sempre!

Ir. Regina Gabbi

Colinas do Tocantins, 6 de Novembro de 2011




terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Inauguração da Casa de Produção das Mulheres Quebradeiras de Coco.

Lindas e forndosas palemeira do coco babaçu, compõem a paisagem na região da Cidade de Miguel Alves, PI.

No Assentamento Retrato, o grupo de mulheres, animam a comunidade e dão novo sentido a vida das famílias que lá residem.

O grupo de mulheres quebradeiras de coco, já estão num processo bem avançado de organização, neste final de ano, elas construiram uma pequena casa, espaço onde desenvolem trabalhos na linha da produção, azeite de coco babaçu, mesocarpo, produtos de limpeza e artesanato, além de ser um espaço para as oficinas temáticas e reuniões do grupo.

Após muitos mutirões para a construção da casa, que ficou espaçosa e muito linda, as mulheres organizaram a inauguração, que aconteceu num clima de festa e animação, com muita comida, leilão, brincadeiras.

A coordenação da CPT e as Irmãs da Comunidade da Sede Províncial estiveram presente.


As Irmãs Josélia e Rose, assessoramam o grupo nestes últimos 3 anos.