Entrevista com a Irmã Natalina Rosseti, publicada no Jornal A Ordem, da Arquidiocese de Natal, em 20 de novembro de 2011.
Cacilda Medeiros
Pastoral da Comunicação
Arquidiocese de Natal
Irmã Natalina completa 60 anos de vida religiosa
Irmã Natalina Maria Rossetti, uma gaúcha, de Caxias do Sul, nascida em 1923, nunca teve dúvida do que queria ser, quando crescesse. Ela tinha certeza de que queria ser freira. Aos cinco anos de idade começou a alimentar esse sonho. Em 1947, ingressou na Congregação do Imaculado Coração de Maria. Em 11 de novembro de 1951, ou seja, há 60 anos, ela fez a primeira Profissão Religiosa. Os votos perpétuos foram feitos seis anos mais tarde. Desde 1964, a Irmã Natalina adotou o Rio Grande do Norte como local para viver a missão, mais precisamente na Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, de Taipu, passando, antes, por breve estágio na Paróquia de Nossa Senhora do Ó, de Nísia Floresta. Em Taipu, Irmã Natalina permaneceu até cerca de dois, quando passou a residir em Natal.
A Ordem: Por que a senhora decidiu ser religiosa?
Irmã Natalina: Eu tenho três tias nessa Congregação Religiosa, mas eu só conheci uma delas. Eu tinha cinco anos. Ela foi visitar a família e a minha mãe me levou para conhecer a tia. Ela tinha uma alegria muito grande de espiríto e isso me atraiu. A partir daí, eu dizia que queria ser irmã, mas eu sabia que era muito pequena e precisava ficar com minha mãe. Eu cresci com esse desejo de ser irmã e o realizei. Aos 15 anos, tive uma pneumonia que me levou quase à morte. Tomei até a unção dos enfermos. Eu tinha um desejo: se eu viver, serei uma irmã religiosa. Minha vida foi assim: sempre fui catequista e participei da Ação Católica. Assim fui aprendendo a ter uma vida de dedicação ao reino de Deus.
A Ordem: A senhora é gaúcha e mora no Rio Grande do Norte há mais de 40 anos. Como foram os primeiros anos aqui? Sentiu muita diferença do Rio Grande do Sul?
Irmã Natalina: Não senti muita diferença, porque viemos em quatro e nos dedicamos muito ao trabalho. Fomos gostando do lugar e não lembro de ter tido dificuldades. Deu para superar tudo.
A Ordem: São 60 anos de vida religiosa, ou seja, uma vida dedicada à Igreja. A senhora se sente realizada com a opção que escolheu para viver?
Irmã Natalina: Sim. Eu nunca tive dúvidas. Sempre tive um desejo de trabalhar pelo reino de Deus e tudo que vinha pela frente, era bom. Sempre fui feliz.
A Ordem: Em 1964, a senhora chegou à Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, de Taipu (RN). Como foi o início desse trabalho?
Irmã Natalina: Encontramos uma comunidade que nos acolheu muito bem. Antes de iniciarmos os trabalhos, tivemos reuniões com Dom Eugênio Sales para refletirmos sobre qual a direção que a Arquidiocese apontava para a Evangelização. Começamos, então, com visitas às famílias. Nosso primeiro trabalho foi de preparação dos agentes de pastoral e das lideranças que surgiram a partir dos Cursos ministrados pela equipe do ‘Mundo Melhor’. Naquele tempo ainda não havia o Movimento Familiar Cristão. Então, nos empenhamos na fundação desse Movimento, a fim de trabalhar com as famílias, que muito nos ajudaram na evangelização. Também formamos grupos de jovens. Lembro que até organizamos equipes de futebol com os jovens. E assim fomos trabalhando.
A Ordem: Qual foi a melhor experiência de vida religiosa que a senhora já realizou?
Irmã Natalina: Trabalhar nas missões. É uma experiência que realiza as pessoas.
A Ordem: Com a experiência de quem já tem 60 anos de vida religiosa, que mensagem a senhora deixa para as jovens que pretendem ingressar na vida religiosa?
Irmã Natalina: Quem sente o chamado de Deus, não deve ter medo, porque Deus não deixa de ser generoso. Tudo o que a gente dá, a gente recebe de volta, muito mais. Quando se escolhe mesmo a vida religiosa, não devemos ter dúvida de que é felicidade.